por Carmela Scarpi / Assessoria Fashion Revolution
Dia 24 de abril marcará cinco anos do desabamento do Edifício Rana Plaza, em Bangladesh. A tragédia, que deixou mais de 2.500 pessoas feridas e mais de mil mortos, chamou a atenção do mundo para a cadeia de produção de grandes empresas da moda que adotam o modelo fast fashion, afinal, o local abrigava diversas confecções.
Neste contexto, surgiu o Fashion Revolution propondo atenção do consumidor às pessoas que estão por trás de suas roupas. De lá para cá, o movimento já atingiu mais de 90 países questionando e discutindo globalmente os impactos da indústria, em busca de transformações no mercado da moda.
É preciso mais
Mesmo após cinco anos, os eventos continuam. “Na Semana Fashion Revolution, convidamos todos para refletirem sobre a procedência de nossas roupas, questionar e exigir transparência. Não podemos mais aceitar que os direitos dos trabalhadores sejam negados, precisamos olhar para o que é prioridade: quem está por trás” comenta Fernanda Simon, coordenadora do evento no Brasil.
Os dados mostram avanços, porém é preciso mais. Por exemplo, o aumento em 77% do salário mínimo da área, concedido pelo governo de Bangladesh, que agora está fixando em $68 por mês. Ou as 70 marcas se comprometeram a participar da campanha Detox do Greenpeace, que consiste em eliminar os produtos químicos prejudiciais das cadeias de produção da moda. Porém, juntas, essas marcas representam apenas 15% da produção têxtil global.
O Brasil dentro do Fashion Revolution
No Brasil, as redes são as maiores aliadas do movimento, o país é o número um no uso da hashtag #fashionrevolution, somando 19% das menções mundiais. Para continuar a conquistar avanços as cidades brasileiras participantes se mobilizam promovendo diferentes ações – já foram 150 atividades que aconteceram em 50 faculdades.
Em 2018, aqui por Curitiba, entre 23 e 29 de abril, acontecerão debates e mesas redondas envolvendo diversos temas sobre sustentabilidade e ética na cadeia de produção da moda, assim como a força de trabalho feminino e a transparência na indústria.
As oficinas incentivarão os participantes a conhecerem de perto processos manuais como tingimento natural, tricô, crochê, entre outras. O evento também contará com exposições , e a exibição do filme River Blue. Com atividades gratuitas, é possível se inscrever e acompanhar a lista completa de oficinas e talk pelo link oficial do evento em Curitiba (acesse o link).
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