Deisy Rieke
O terceiro dia veio com grandes e boas surpresas, a começar pelo desfile de Deisy Rieke. Numa mistura de Brasil e Europa, ela e seu marido comandam a grife de sapatos. Ele, português e responsável pelo design, está há 2 anos por aqui e posso dizer que com apresentações como esta, continuará por mais tempo.
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Sem medo de explorar cores e texturas, os modelos em couro são uma overdose para o olhar. Mesmo eu, que não sou dada aos excessos, não tive como não me render à forma como eles foram conduzidos. Ainda mais que quem embalou a passarela foi minha ídolo: Nina Simone.
No estilo apresentação-degustação, vários estilos e modelos foram desfilados. Conforme o anúncio de Deisy antes do show, eles mostrariam um pouco de tudo o que a marca tem a oferecer. Uma verdadeira grife de sapatos desejo, em que cada um tem seu próprio tom particular, daqueles que carregam uma composição inteira.
Damatta
Mas, a grande descoberta da noite, para mim, foi a grife das irmãs Cyntia e Camila. A Damatta (que refere-se ao sobrenome de ambas), apresentou a segunda coleção da marca em um evento com nomes de peso, sem recuarem pela pouca idade ou experiência.
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E digo isto porque marcas que trabalham com designs minimalistas são as mais ousadas. Afinal, quando o recorte e acabamento são a essência da roupa, qualquer pequeno deslize é evidente. E, claro, alguma coisa ou outra, muito referente à experiência mesmo, não passaram despercebido. Mesmo assim, o trabalho inteligente e os recortes elegantes apresentados na noite de ontem, me fazem relevar qualquer tropeço.
Há tempos não conhecia uma marca de roupas que tivesse a coragem de enveredar por um caminho desses, sem procurar artifícios em estampas multicoloridas ou bordados e com uma perspectiva estética tão bem pensada, tanto das roupas quanto dos acessórios – também produzidos por elas. A coleção Damatta foi literalmente preto no branco. Um diálogo entre produtos e um alento aos olhos daqueles que buscam uma moda de identidade e clean.
Silmar Alves
Com talvez a história e referência mais interessantes do evento, Silmar Alves foi o estilista convidado a fechar o primeiro AMA Curitiba. Numa sala mais do que lotada, ele propõe uma retomada à história de Didi Caillet; personalidade curitibana da década de 1920. Miss Paraná e primeira mulher daqui a disputar o Miss Brasil, ela não foi apenas uma socialite. Com papel importante na representatividade feminina da época, ela mostra-se uma grande inspiração até hoje.
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A performance de passarela muito bem produzida, com modelos rodando e sorrindo, pretendiam uma coleção de vestidos inspirados numa época, com toques de contemporaneidade. Pelo menos era isso que estava no script.
Com dois modelos promissores dentro da proposta, o restante não me surpreendeu. O tom Grande Gatsby assolou qualquer investida em modelos mais atuais; e mesmo quando presentes, em sua maioria, não funcionaram esteticamente – é a minha opinião. Dentre referências mais óbvias, acredito que o trunfo da noite foi o vestido longo preto com alguns recortes e alças transpassadas, que poderia ter conduzido todo o desfile – sem tantas franjas ou pérolas ou texturas. A apresentação e utilização do hino de Miss Brasil ao final foram, do desfile, o mais interessante.
FOTOGRAFIAS VALTERCI SANTOS
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